Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Às 23h

Livros na Minha Cabeceira

Às 23h

Livros na Minha Cabeceira

O Amor é Fodido

Sara, 13.09.16

 

Autor: Miguel Esteves Cardoso

Editora: Porto Editora

ISBN: 978-972-0-04599-7

N.º Páginas: 184

 

As lágrimas das raparigas refrescam-me. Levantam-me o moral. Às vezes lambo-a dos cantos dos olhos. São pequenos coquetéis sem álcool, inteiramente naturais. Dizer: "Não chores" funciona sempre, porque só mencionar o verbo "chorar" emociona-as e liberta-as, dando-lhes carta-branca para chorar ainda mais. Só intervenho com piadas e palavras de esperança e de amor quando elas vão longe de mais e começam, por exemplo, a pingar do nariz.

 

Opinião:

 

Não sou de modas e, por isso, só agora me debrucei sobre um livro de Miguel Esteves Cardoso. O título desta obra esteve nas bocas do mundo e o escritor foi considerado irreverente. Quando peguei no livro, tinha a certeza ter encontrado um tesouro. Deparei-me com uma primeira página que prometia uma obra inesquecível:

Quanto mais vou sabendo de ti, mais gostaria que ainda estivesses viva. Só dois ou três minutos: o suficiente para te matar. Merecias uma morte mais violenta (…)

Mas, capítulo após capítulo, o gosto pela leitura foi diminuindo drasticamente. Tornou-se numa desilusão. O romance foi ficando sem estrutura e parecia ter nas mãos um esboço apenas, como se estivesse a ler um caderno de pensamentos do autor. Além da falta de estrutura, a própria escrita alterna bastante. Existem vários capítulos em que a pontuação é absurda – parece que estou a ler uns escritos de um ucraniano que está a aprender a língua portuguesa.

 

A linguagem é degradante. Engraçado como o facto de ter sido escrita por Miguel Esteves Cardoso é vista como irreverente mas se lêssemos ou ouvíssemos – e ouvimos! - as mesmas frases por um individuo incógnito, seria considerado racista, mal-educado, sem formação, etc. Por ser Miguel Esteves Cardoso, ganha um estatuto diferente?? Parece-me hipócrita da sociedade...

 

Apesar de tudo, é uma obra que conquistou muitos leitores… é um daqueles casos que não deixa ninguém indiferente, ou se ama ou se odeia. Se foi escrito para chocar, o objetivo foi, sem dúvida, alcançado...

 

Carta à Minha Filha

Sara, 31.08.16

 

Autor: Maya Angelou

Título Original: Letter to My Daughter

Editora: Estrela Polar (Grupo Leya)

ISBN: 978-989-8206-35-0

N.º Páginas: 186

 

 

 

 

 

Sinopse:

Em pequenos e fascinantes textos, Maya Angelou permite-nos vislumbrar alguns aspectos da vida tumultuosa que a levou à posição cimeira que ocupa nas letras americanas e lhe ensinou lições de solidariedade e de força: a sua educação por uma avó insubmissa no ambiente de segregação racial do Arkansas, a sua vida a partir dos treze anos com a mãe, uma pessoa muito mais mundana e menos religiosa, até se transformar numa adolescente meio desajeitada, cuja primeira experiência de sexo sem amor a deixou, paradoxalmente, com a sua maior dádiva, um filho.

Maya Angelou escreve do coração para milhões de mulheres que considera fazerem parte da sua família. Como sempre acontece com as suas obras, Carta À Minha Filha é um livro que encanta e ensina. É um livro para estimar, saborear, ler várias vezes e partilhar.

 

Opinião:

Foi uma mera coincidência ter pegado num livro prático após ter lido o de Alain de Botton (Como Proust Pode Mudar a Sua Vida). Já conhecia a autora através de diversas entrevistas que deu a Oprah (vê esta, onde fala, nomeadamente, do poema que Bill Clinton lhe solicitou) mas nunca tinha tido oportunidade de lê-la, apesar da sua reputação, na escrita e na poesia, tê-la sempre antecedido.

Carta à Minha Filha é um livro de memórias, onde a autora, através de histórias da sua vida e de alguns poemas, vai contando alguns momentos marcantes, culminando em lições para o leitor, revelações que foram surgindo com a sua experiência de vida. É também um livro prático mas penso que mais atual e mais transversal, seja na idade, sexo, raça ou credo.

Podes não controlar todos os acontecimentos da tua vida, mas podes decidir não deixar que eles te debilitem. Tenta ser o arco-íris da nuvem de outra pessoa. Não te queixes. Esforça-te por mudar as coisas de que não gostas. Se não conseguires mudá-las, muda a tua maneira de pensar. Talvez descubras uma nova solução

Talvez por já conhecer a voz calma e meiga da autora, e achá-la tão reconfortante, acabei por ler o livro através dessa mesma voz. É um livro íntimo e intenso e foi escrito, sem qualquer dúvida, com muita sabedoria, ternura e amor. Li-o em dois dias, mas podia tê-lo lido em poucas horas, não fosse o meu desejo que esta leitura nunca mais terminasse! Peca por algumas das "cartas" terem sido escritas de uma forma tão resumida...

 

Como Proust Pode Mudar a Sua Vida

Sara, 27.08.16

 

Autor: Alain de Botton

Título Original: How Proust Can Change Your Life

Editora: Publicações Dom Quixote (Grupo Leya)

ISBN: 978-972-20-3876-8

N.º Páginas: 235

 

 

 

 

 

Sinopse:

Como Proust Pode Mudar a Sua Vida é um livro prático destinado a ajudar as pessoas a serem mais felizes: como amar a vida hoje? Como exprimir as emoções? Como ser um bom amigo? Estes são alguns dos temas tratados no livro. Botton parte do livro de Proust Em Busca do Tempo Perdido para falar sobre estes temas.

 

Opinião:

Neste livro, Botton escreveu um conjunto de instruções para os mais jovens sobre tópicos como a amizade, o amor, o sofrimento e a consciência. Para os que já viveram bastante e vão refletindo no seu dia-a-dia, poderá ser visto como um manual de estratégias de sobrevivência que vamos adquirindo ao longo da vida mas que talvez não consigamos descrever e compilar de uma forma tão bem verbalizada e perspicaz.

 

No entanto, não o vejo como “um livro divertido” como tantas críticas o descreveram. Vejo-o, sim, como um livro estimulante. É um daqueles livros que pode ser mantido sempre por perto e folheado, que trará sempre um bom conselho.

 

Não o recomendo a quem não goste minimamente de livros de auto-ajuda, pois este é um livro prático, onde Botton se apoia em Proust como ajuda terapêutica para curar diversos males.